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São José de Anchieta
O arcebispo do Rio, Cardeal Orani João Tempesta, celebrará missa em ação de graças pela canonização do beato José de Anchieta, no dia 2 de abril, às 18h, na Catedral de São Sebastião.
A celebração acontece no mesmo dia em que o religioso jesuíta será canonizado pelo Papa Francisco, por meio de um decreto.
Nesta edição, trazemos uma reportagem especial sobre a vida do santo, que desembarcou em solo brasileiro em julho de 1553 e se tornou o “apóstolo do Brasil”. (Página 18)
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Juristas católicos divulgam nota sobre Plano Nacional de Educação (Páginas 4)
Plano de Deus Inaugurado Centro Social Nossa Senhora do Parto, no centro da cidade. Atendimento será realizado de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h. (Página 5)
Novos rumos para a Pastoral Vocacional Novos clérigos assumiram a missão de conduzir os trabalhos nos sete vicariatos territoriais. Confira a lista no TF desta edição. (Página 7)
“Espero ser acolhido como um amigo que vem em nome de Deus”, diz Dom Nelson sobre Valença (Página 8)
“O tráfico humano é uma das piores violações dos direitos dos cidadãos” Comissão de Justiça e Paz promove luta a favor do respeito ao próximo. Confira nesta edição uma entrevista com a secretária da Comissão. (Página 9)
Presença viva da Igreja nas comunidades (Páginas 12)
quinta-feira, 27 de março de 2014
"24 horas para o Senhor" acontecerá no Santuário Nossa Senhora de Fátima
Uma Vigília Penitencial acontecerá, a pedido do Papa Francisco, das 17h da sexta-feira, 28 de março, às 17h do sábado, dia 29, em todas as dioceses do mundo. O pedido foi encaminhado pelo Pontifício Conselho para Nova Evangelização através de uma carta dirigida aos bispos titulares. A intenção é criar uma tradição, que anualmente seja repetida no quarto Domingo da Quaresma, conhecido como “Domingo da Alegria”.
No Rio de Janeiro, as atividades se concentrarão no Santuário de Nossa Senhora de Fátima, no Recreio dos Bandeirantes. A partir das 17h terão início as confissões, num plantão de 24h, no qual sacerdotes se revezarão para atender os fiéis. Durante este período, haverá missa, adoração eucarística, louvor e formações. O arcebispo do Rio, Cardeal Orani João Tempesta, também atenderá confissões no local.
“Nossa Arquidiocese recebeu a proposta das ‘24 horas para o Senhor’ como mais um passo para rumo a nova evangelização. Somos convidados a ser cada vez mais uma Igreja do ir”,afirmou monsenhor Joel Portella Amado, coordenador arquidiocesano de Pastoral. Segundo ele, será uma oportunidade de testemunhar que a Igreja está disponível para acolher, ouvir e dar o perdão de Deus a quem procura.
O sacerdote destaca, também, que a iniciativa possibilita os fiéis se reaproximarem da vida sacramental e da adoração eucarística. “O mundo hoje tem ritmos diferentes de outras décadas. Já não é tão tranquilo, por exemplo, firmar horários de início e de término. Na maioria das paróquias, há pessoas chegando em casa e se dirigindo ao trabalho ou outra atividade, nos mais variados horários. Deste modo, ficar disponível 24 horas é o jeito atual de dizer que a Igreja está disponível sempre”, afirmou o monsenhor.
Existe, ainda, o convite à revisão de vida, à reconciliação e à conversão. A Quaresma é um tempo propício para esta atitude. Neste tempo, na Arquidiocese do Rio é costume as paróquias realizarem os chamados mutirões de confissões. Os padres de uma mesma forania se unem para ouvir as confissões e perdoar os pecados. “É um costume antigo em nossa arquidiocese, que vai ser reforçado com a celebração das 24 horas para o Senhor”,completou o monsenhor.
O Santuário de Nossa Senhora de Fátima fica na Avenida Alfredo Baltazar da Silveira, 900, Recreio dos Bandeirantes. Informações: 3114-0411.
PAPA OUVIRÁ CONFISSÕES NO VATICANO
No domingo, 23, após a oração do Ângelus, o Santo Padre reforçou a importância do Dia do Perdão. “Sexta e sábado [28 e 29 de março] próximo viveremos um especial momento penitencial chamado ‘24 horas para o Senhor’. Será uma festa do perdão, que terá lugar também em muitas dioceses e paróquias do mundo”, afirmou o Papa.
A programação terá início com a Celebração Eucarística na Basílica de São Pedro, no dia 28 de abril, às 17h. Logo após, o Pontífice confessará alguns fiéis.
A partir das 17h do dia 28 de março, algumas igrejas do centro de Roma também serão abertas para a oração e as confissões. A solenidade contará com a presença de confessores em três igrejas do Centro Histórico de Roma, a partir das 20 horas: Sant'Agnese in Agone, Santa Maria in Trastevere e Igreja dos Santos Estigmas. Nas três igrejas será realizada Adoração Eucarística durante toda a noite.
O Dia do Perdão concluir-se-á às 17h do sábado, dia 29, com a celebração das Vésperas do IV Domingo da Quaresma, presidida pelo presidente do Pontifício Conselho para a Nova Evangelização, Dom Rino Fisichella, na Igreja de Santo Spirito in Sassia.
Natassha Cotts (natassha@testemunhodefe.com.br)
Foto: Gustavo de Oliveira
quarta-feira, 26 de março de 2014
Arquidiocese inaugura Centro Social Nossa Senhora do Parto
“Nessa sala de atendimento as gestantes encontrarão o amor e o acolhimento que a Igreja sempre procura proporcionar”, afirmou o bispo auxiliar da Arquidiocese do Rio Dom Antonio Augusto Dias Duarte, durante a bênção de inauguração do Centro Social Nossa Senhora do Parto, em 25 de março, Dia Municipal do Nascituro, na Igreja Nossa Senhora do Parto, no Centro.
A inauguração foi realizada logo após a Santa Missa presidida por Dom Antonio, que é presidente da Comissão Arquidiocesana de Promoção e Defesa da Vida, e concelebrada pelo vigário episcopal do Vicariato Urbano, padre Wagner Toledo, pelo reitor da igreja, padre Omar Raposo, e pelo vigário paroquial da Paróquia São Rafael Arcanjo, padre Eli Everson Magela.
O bispo destacou que no aborto pessoas valiosas e únicas são excluídas da sociedade. “No centro social as mulheres grávidas encontrarão apoio, encorajamento para que não se deixem abater pelas dificuldades, e nem sejam manipuladas por aqueles que não querem valorizar a vida como ela merece. Como são cruéis as pessoas que pensam que sabem mais do que Deus e querem interromper a vida que é um projeto de Deus. O ‘Sim’ de Maria é exemplo e todos nós temos um ponto em comum, recebemos o ‘sim’ à vida de nossos pais para que pudéssemos nascer”, reforçou Dom Antonio.
No centro social, voluntários vão realizar atendimentos gratuitos às mulheres grávidas, especialmente em situações de risco. São eles: serviço social, psicologia, terapia de família, orientação jurídica-defesa e direito da mulher, curso e acompanhamento educativo a gestante, projeto Maternidade Responsável e orientação sobre o método Billings.
“Com essa inauguração retomamos um dado histórico. Aqui neste local já funcionou um grande centro chamado ‘Recolhimento do Parto’, coordenado pelos padres jesuítas, no Século 17. Houve um incêndio criminoso provocado por aqueles que se incomodavam com o trabalho pró-vida que a Igreja fazia. Nosso centro social é uma semente e o que nos motiva é a fé que sem obras é morta. Não adianta só falar, precisamos fazer alguma coisa concreta contra o aborto”, afirmou padre Omar.
O atendimento do centro social será realizado de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h. Doações de fraldas descartáveis e demais itens de enxovais de bebês podem ser entregues diretamente na igreja. O endereço é Rua Rodrigo Silva, 7. Informações: 2292-8892.
“O que me motivou a participar desse projeto é saber que o ventre de toda mulher grávida se torna um sacrário. Por isso, precisamos sempre promover a vida. Meu trabalho pretende elevar a autoestima dessas mulheres em situações difíceis para que jamais percam a esperança, porque carregam o dom mais preciso de Deus: a vida”, destacou a psicóloga Vivian Maria Felice Moreno, que é voluntária no centro social.
INICIATIVA CONCRETA
O Dia Municipal do Nascituro, que coincide com a solenidade da Anunciação do Senhor, celebrada nove meses antes do Natal, foi instituído pela Lei nº 3847, de 24 de maio de 2002, de autoria do deputado estadual Márcio Pacheco, que na época era vereador.
“A iniciativa de criar o Dia Municipal do Nascituro foi para fomentar o debate e a conscientização sobre a importância da defesa da vida. Hoje lutamos pela implantação do mesmo projeto no Estado também. O centro social é uma iniciativa linda, concreta e real da arquidiocese, dos voluntários e do padre Omar. Esperamos que nasçam outros projetos semelhantes a esse”, disse Márcio.
No final da missa, Maria José da Silva, que é membro da comissão arquidiocesana, reforçou o convite para a 2ª Caminhada pela Vida, que acontecerá no dia 4 de maio, a partir das 14h30, na Praia de Copacabana, altura do Posto 6.
Cláudia Brito de Albuquerque e Sá
Fotos: Gustavo de Oliveira
A criação do Estatuto do Tráfico de Pessoas no Direito brasileiro sob a inspiração da CF-2014
Analisando a questão do tráfico de pessoas, sob o enfoque jurídico, acabei chegando a um insight que gostaria de compartilhar com os leitores, para uma ref lexão sobre a importância da criação do Estatuto do Tráfico de Pessoas na legislação brasileira, que atualizaria e complementaria o Estatuto dos Estrangeiros e o Estatuto dos Refugiados.
A Convenção de Palermo de 2000 foi o marco internacional para que o assunto ganhasse destaque no cenário das nações, traçando medidas preventivas, punitivas e protetivas às pessoas das vítimas. O Brasil ratificou a Convenção, mas a nossa legislação infraconstitucional se espalhou por diplomas diversos, concentrando-se, principalmente, no Código Penal e avançando em leis extravagantes. O legislador reservou a palavra tráfico apenas para os delitos referentes à exploração sexual a níveis internacional e nacional. E, no Estatuto da Criança e do Adolescente, o artigo 239 estatui ser crime promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado ao envio de criança ou adolescente para o exterior com inobservância das formalidades legais ou com o fito de obter lucro. Todas as modalidades de coisificação do ser humano, como a exploração para o trabalho escravo e a remoção e venda de órgãos para transplante, devem ostentar, na sua definição, a expressão tráfico.
No Estado democrático, os direitos humanos integram a sua Constituição como direitos impostergáveis, como cláusulas pétreas irremovíveis. E eles não se circunscrevem à área da Justiça em sentido estrito. Direitos humanos é expressão que engloba direito à educação, direito à saúde, direito à moradia, direito à assistência familiar. Essa responsabilidade com o outro é abrangente e significa, na verdade, amor ao próximo.
A criação do Estatuto do Tráfico de Pessoas derivaria, portanto, da própria Convenção de Palermo, seja na tipificação dos delitos e de sua repressão, seja na prevenção e nas medidas protetivas destinadas às vítimas dos delitos. Quanto à tipificação dos delitos, seria fundamental, repita-se, que fosse adotada na legislação brasileira a expressão tráfico em todas as modalidades de comércio de pessoas, como já acontece com o tratamento dado ao tráfico internacional e nacional para fins de exploração sexual. A parte investigatória e judicial da repressão pode ser indicada no bojo do Estatuto, mencionando-se a lei especial sobre crime organizado. E, no âmbito da proteção às vítimas, além do que está preconizado na Convenção de Palermo, seriam enfatizados e detalhados os dispositivos constitucionais que tratam dos direitos humanos, como princípios norteadores da prevenção e da repressão dos crimes e da proteção das vítimas.
A Constituição Pastoral “Gaudium et Spes” (GS) discorre, no seu item 16, sobre o conceito de dignidade da consciência moral. E, do seu bojo, destacamos o seguinte: “Pela fidelidade à voz da consciência, os cristãos estão unidos aos demais homens, no dever de buscar a verdade e de nela resolver tantos problemas morais que surgem na vida individual e social”. A criação do Estatuto do Tráfico de Pessoas pode representar um meio poderoso de conscientização, em termos de destaque que ele outorgará ao tema. A iniciativa de todos os cristãos será de grande valia para que essa ideia tome forma e se expanda até que os poderes da República se sensibilizem e adotem a sugestão, cuja inspiração encontra respaldo na própria Igreja, representante legítima do povo de Deus, através da Campanha da Fraternidade de 2014.
ADOLFO BORGES FILHO
PROCURADOR DE JUSTIÇA DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO E PROFESSOR ADJUNTO DO DEPARTAMENTO DE DIREITO DA PUC-RJ
FOTO: GABRIELA GARRIDO
Destino da primeira viagem internacional do Papa Francisco, o Rio de Janeiro e os cariocas conquistaram, ou melhor, “roubaram” o coraçãodo Pontífice, como ele mesmo contou ao arcebispo Dom Orani João Tempesta, que já afirmou a recíproca ser verdadeira.
“Nós rezamos pelo Papa Francisco para que Deus continue iluminando-o e fortalecendo-o nessa missão que ele recebeu. Estamos rezando para que Deus dê saúde e força em todas as lutas necessárias, e também pedindo a Deus, para que ele possa sempre contar com a nossa comunhão e a nossa unidade”, declarou Dom Orani.
O jeito pastoral de Francisco inspira uma nova geração de seminaristas, preocupados com o testemunho de vida e em estar com o povo, especialmente quando forem ordenados sacerdotes e enviados à missão.
Para o seminarista do Seminário Propedêutico Rainha dos Apóstolos, Peterson de Almeida Figueiredo, duas características do Santo Padre inspiram sua caminhada vocacional: “a humildade que dedica a todos ao seu redor e o estar junto com o povo, caminhando junto, não levando em si vaidades ou interesses”.
O seu sorriso e seu olhar doce e direto a que dirige a todos que encontra também são marcas que atingem a preparação vocacional do seminarista Ian Costa Valentim. O que ele faria se pudesse encontrar o Papa? “Ah, eu daria um abraço nele e o agradeceria por esse exemplo tão grandioso que ele testemunha de Nosso Senhor”, respondeu.
PRIMEIRO ANO COM DOIS PAPAS
Desde que renunciou em fevereiro do ano passado, o Papa emérito Bento XVI tem procurado viver uma vida pacata e reservada no mosteiro Mater Ecclesiae, nos Jardins do Vaticano. Porém, inúmeros foram os sinais de respeito, admiração e colaboração mútuos. Os dois mantêm contato por telefone, pessoalmente e através de cartas e notas.
A última demonstração pública do afeto nascido entre eles ocorreu na cerimônia do primeiro Consistório do Papa Francisco, em que Bento XVI esteve presente a convite pessoal de Jorge Bergoglio.
Segundo matéria publicada na agência de notícias Zenit, um outro exemplo da proximidade entre eles foi divulgado recentemente pelo monsenhor Georg Gaenswein, secretário pessoal de Bento XVI e prefeito da Casa Pontifícia. O homem que serve aos dois Papas disse à emissora alemã ZDF que Francisco tinha lhe dado uma primeira cópia da entrevista divulgada no mundo todo em uma revista jesuíta.
“Leve isso ao Papa Bento. Você vai ver que a primeira página após o conteúdo está vazia. Papa Bento deve escrever lá tudo o que considerar, em forma de crítica, quando ler e então enviar-me de volta”, havia dito o Papa Francisco.
“Três dias depois, ele me disse: ‘Eu tenho quatro páginas aqui em uma carta. Por favor, dê esta carta ao Papa Francisco”, lembrou Gaenswein. “Ele fez a lição de casa; leu e, de acordo com o pedido do seu sucessor, Bento XVI, de fato, ofereceu alguns pensamentos e algumas observações sobre certos comentários ou certas questões onde achava que algo a mais pudesse ser dito em outro lugar”, afirmou.
FABÍOLA GOULART (fabiolagoulart@testemunhodefe.com.br)
FOTOS: RÁDIO VATICANO