quarta-feira, 8 de julho de 2015

AS ABELHAS NÃO PODEM DESAPARECER DA FACE DA TERRA

Se as abelhas desaparecerem da face da terra,
 a humanidade terá apenas mais quatro anos
 de existência. Sem abelhas não há polinização
, não há reprodução da flora, sem flora não há
 animais, sem animais não haverá raça humana."
 (Albert Einstein)

POEMA DA SEMANA : "MEU CORAÇÃOM DISPARARÁ" de FERNANDA FERRAZ

                                                         POEMA DA SEMANA DE
                                                             FERNANDA FERRAZ
                                                    MEU CORAÇÃO DISPARARÁ
Meu coração disponível,
ilhado, cercado de conclusões,
confusões, intacto, imóvel e impreciso jaz.
Contornos em selva e sentimentos conflitantes
ora pulsantes em que há e o não há outrora seguro
do lar se faz.
Contrário ao solitário protegido muro do castelo que um dia
foi fortaleza do mar.
Meu coração disponível disparará.
Sairá em cavalgada ao luar.
Chamará por novo ciclo a pulsar. A pulsar e pulsar.
Queimará em desejar.
Desconhecido azul em que há em algum lugar.
Direcionar o vento em brisa leve que irá mostrar.
Já que na ausência de clareza, exatidão e perfeição, do imperfeito sinônimo da razão,
indefinível indeterminado está.
Meu coração buscará a pureza bela da vida bem vivida.
Intensamente como ela pede que busque e dispare a flechar.
Ah, Meu coração!
Disparará!
(Mais um belo Poema de minha sobrinha-amiga,)

DESCONSTRUÇÃO DO POEMA "MEU CORAÇÃO DISPARARÁ" de FERNANDA FERRAZ

                                    DESCONSTRUÇÃO DO POEMA DA SEMANA :
                                                "MEU CORSAÇÃO DISPARARÁ"                                                
                                                         de  FERNANDA FERRAZ

O poema “Meu coração disparará!” demonstra o desabafo do “eu lírico” em querer sair pelo mundo em busca da pureza e beleza da vida e de vivê-la intensamente.

Inicio o mesmo demonstrando que  ele sente-se confuso, imóvel, apesar de certo das conclusões que deva tomar.


O personagem  sente-se em conflito constante consigo mesmo, como se ora parece estar seguro, ora não. Ora certo de que deve partir, ora acreditando que deva ficar.

Afirma que já foi um castelo protegido por muro como uma fortaleza e não se sente agora da mesma forma.

Não vê clareza e sentido nas coisas ao seu redor.  A razão está imperfeita, ou seja, perdida. Não há razão para seu coração.


Por isso almeja “disparar”. Sair em “cavalgada”.


Afinal, afirma que o coração está disponível apesar de tantos conflitos. Quer viver e “pulsar”.


Nosso coração pulsa a toda hora e por isso  a metáfora principal seja ele, pois para sentir a energia da vida e vive-la é preciso pulsar, que literalmente significa a ação dos batimentos cardíacos.


Nós  sentimentos o melhor da vida quando estamos em paz com o coração. Amando, principalmente.


No meio do poema, o “eu lírico” conclui que deseja iniciar um novo ciclo em sua vida, conhecer algo que o faz “queimar” por dentro e sentir-se vivo. Imagina que isso possa ser possível em algum lugar.

O poema abusa de metáforas e uma antítese como construção linguística que denotam as reflexões do personagem.

O retrato da claustrofobia de sua alma e os desejos de mudanças que quer iniciar.

As metáforas usadas dão o sentido ao poema:


O coração disparando – na verdade somos nós e não o coração, que aqui representa o ser humano, que busca disparar;


“Contornos em selva” – a selva é um local de grande quantidade de coisas emaranhadas. No poema o personagem está cercado e por isso contornos embaralhados e misturados;


“Meu coração disponível disparará” – o "eu lírico" irá buscar e enfrentar a vida em busca dos seus sonhos;

“Sairá em cavalgada ao luar” - não que ele irá literalmente a cavalo e sim no sentido metafórico irá  buscar de forma rápida o que deseja;

“Queimará em desejar” – O desejo verdadeiro. Esse que faz o corpo sentir de fato como se estivesse queimando por dentro;

“Desconhecido azul em que há em algum lugar” – a cor azul empregada aqui não faz referência ao mar e sim a uma expressão muita usada na linguagem popular para afirmar que tudo está bem. O “eu lírico” imagina que esse bem exista em algum lugar;

“...o vento em brisa leve que irá mostrar” – não é o vento que mostra o caminho, mas a metáfora que ele denota significa que com força iremos encontrar o caminho.


A única antítese presente está logo na primeira estrofe: “Meu coração disponível, ilhado...” Pura contradição.

Apesar de disponível sente-se ilhado.
No dicionário a palavra disponível significa livre e desimpedido ao passo que ilhado é cercado e isolado.



A grande reflexão do poema é transmitir a ideia de que mesmo aprisionado em si, em conflito, confuso e só, todos podem mudar sua vida, buscar o que deseja, sentir seu coração pulsar de verdade, afinal ele é seu e é disponível para você.  Acredite, lute, liberte-se da sua própria alma.  Permita que ela seja livre.


Saia em “cavalgada”. “Dispare” sempre.