Na homilia, Papa Francisco também indicava algo que testemunharia com a sua própria vida nos meses seguintes: que todos são chamados a serem guardiões e de cuidar uns dos outros, especialmente os que “muitas vezes estão na periferia do nosso coração”, e da criação inteira.
Porém para “cuidar” é necessária uma virtude cristã importante: a ternura! “Não devemos ter medo de bondade, ou mesmo de ternura”, reforça a frase que se tornou célebre.
Também foi a primeira vez que o Papa falou sobre esperança alegre e missionária do fiel, que deve ser vivida e testemunhada em todos os momentos.
“Perante tantos pedaços de céu cinzento, há necessidade de ver a luz da esperança e de darmos nós mesmos esperança. Guardar a criação, cada homem e cada mulher, com um olhar de ternura e amor, é abrir o horizonte da esperança, é abrir um rasgo de luz no meio de tantas nuvens, é levar o calor da esperança!”, disse.
SEXTA, 19 MARÇO 2010 11:50
ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO EM SEXTA, 19 MARÇO 2010 13:1
Para celebrar São
José, esposo da Virgem Maria, tutor de Jesus, a Igreja faz uma pausa nas
celebrações quaresmais. A 19 de março, destaca-se a solenidade litúrgica na
qual ela louva o Senhor, festejando aquele que foi escolhido para a santa
missão de cuidar, como pai, do Filho de Deus encarnado.
Ao narrar o
nascimento de Jesus, o evangelista Mateus, destaca a figura de José,
colocando-o em estreita relação com Abraão, o pai de povo hebreu e com Davi, de
cuja descendência nasceria o Salvador. (Cf. Mt, 1, 1-24). Em sua descrição
genealógica, demonstra que entre Abraão e Davi, houve quatorze gerações e de
Davi até o exílio da Babilônia, mais quatorze gerações e desde aí até o
nascimento de Cristo, mais quatorze, sinalizando o simbolismo do número sete, o
número da plenitude, duplamente presente nas três partes da ordem genealógica.
Passa a descrever a forma espiritual e miraculosa com que se deu o nascimento
de Jesus Cristo, narrando a experiência vital de José, o homem justo,
demonstrando que mais importante que o puro dado genealógico, é a descendência
na linha da fé, cuja origem maravilhosa está em Abraão aquele que acreditou
contra toda esperança. São Paulo, na carta aos Romanos (cf. Rom.4, 1-25),
discorre sobre a justificação de Abraão pela fé, uma vez que não se salvou pela
observância da lei só revelada bem mais tarde no Sinai a Moisés. Tal fé tem seu
ponto máximo ao momento do nascimento do Messias, e para ela se abrem de forma
esplendorosa José e Maria de Nazaré. José, ao lado da santa esposa, está posto
nos umbrais do momento messiânico, provado por Deus e mostrado como modelo de
fé e disponibilidade diante o plano do Altíssimo. Mateus classifica José como
homem justo, aquele em cuja alma se dava a justificação do alto, aquele cujo
espírito estava ajustado de forma madura e plena com o Senhor do Universo, Deus
Pai amoroso e onipotente que cria e salva a humanidade. Pela sua fé, na condição
de esposo legal e casto de Maria, se realiza a paternidade espiritual pela qual
o Salvador, gerado pela força do Espírito Santo no seio virginal da jovem de
Nazaré, cumpre a promessa feita aos primeiros pais e confirmada na profecia de
Natan a Davi.
Em José se evidencia
de forma eloqüente a vocação do homem maduro que se realiza em ser fiel a toda
prova, ao não abandonar Maria na concepção extraordinária do Menino de Belém.
Nele se pode contemplar a integridade de alma, ao despojar-se de si mesmo
diante do plano de Deus, disponibilizando-se total e indivisamente para a
missão de ser pai legal, adotivo, do Menino Deus. Ao lado da Virgem esposa,
José é modelo de pai que cuida do filho, na certeza de estar servindo
humildemente a Deus e de estar diante de um mistério que só pode ser entendido
dentro do prisma da mais genuína fé e do mais completo amor.
Na vida da Igreja,
José sempre ocupou lugar de distinção, respeito e veneração. Os documentos do
século VII, a festa litúrgica introduzida no século XII, a expansão de sua
devoção no ocidente, sobretudo a partir do século XV e as várias distinções
dadas ao seu nome nos tempos modernos, fazem de São José um dos santos mais
queridos e populares do mundo cristão. O papa Pio IX (1846-1878) o declarou
Patrono Universal da Igreja, por ter sido escolhido por Deus para cabeça da
família de Nazaré, a primeira Igreja Doméstica. Sendo esposo de Maria
Santíssima, pai putativo de Jesus, se torna também patrono da Igreja, Corpo
Místico de Cristo.
Mediante a confiança
depositada por Deus neste homem justo e bom, o fiel encontra razões para
submeter-se ao seu patrocínio e à sua intercessão, em Cristo, para que suplique
ao Pai em todas as suas necessidades, sobretudo as relacionadas com a família,
a educação dos filhos e a manutenção geral dos lares. Muitos seminários e
outras casas de formação dos futuros sacerdotes são postos sob o patrocínio de
São José, bem como mosteiros e conventos, pois ele é modelo de alguém que se
entregou total e indivisivelmente à obra do Senhor, não querendo nada para si,
mas tudo para Deus.
DOM GIL ANTÔNIO MOREIRA
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