quarta-feira, 30 de abril de 2014
domingo, 27 de abril de 2014
COLUNA RELIGIOSA: Canonization of John XXIII and John Paul II JORNAL TESTEMUNHO DE 2704 A 03052014
JORNAL TESTEMUNHO DE FÉ DE 2704 A 03052014
CANONIZAÇÃO DOS PAPAS JOÃO XXIII E JOÃO PAULO II
sábado, 26 de abril de 2014
sexta-feira, 25 de abril de 2014
quinta-feira, 24 de abril de 2014
quarta-feira, 23 de abril de 2014
COLUNA DA SOLIDARIEDADE : #DOEPALAVRAS
- UM PROJETO REALIZAÇÃO MÁRIO PENNA
- UM MOVIMENTO PARA LEVAR MENSAGENS DE FORÇA
- AOS PACIENTES DOS HOSPITAIS
- CLIQUE SEMPRE AQUI
- www.doepalavras.com.br Em cacheEnvie sua mensagem por aqui ou pelo seu Twitter, acrescentandohashtag#doepalavras
- . Ela será exibida nas TVs dos nossos
- hospitais e lares para os pacientes....que ficarão revigorados
terça-feira, 22 de abril de 2014
COLUNA DE UTILIDADE PÚBLICA: COLABORAR COM QUEM TEM CÂNCER DE MAMA
COLUNA DA SOLIDARIEDADE : UM ATO DE CARINHO PODE SALVAR VIDAS
Se um ato de carinho pode salvar até quatro vidas, vários deles salvam até um Maracanã! Clique no vídeo e veja como! www.dousanguepelobrasil.com.br#dousangue #carinhoinspira #jnj
domingo, 20 de abril de 2014
COLUNA RELIGIOSA : HOJE EU REZEI UMA AVE MARIA PARA VOCÊ
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Esse email foi enviado para zanasth@gmail.com |
Esse email foi enviado por ADF |
Rua Natingui, 116 - Alto de Pinheiros - CEP 05443-001 - São Paulo/SP |
Caso não queira mais receber nossos emails acesse esse link. |
Caso queira alterar suas informações pessoais acesse esse link. |
sábado, 19 de abril de 2014
sexta-feira, 18 de abril de 2014
COLUNA DA SOLIDARIEDADE : GUIA PARA CUIDADORES DE TRANSTORNO BIPOLAR
O site da Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos (Abrata) disponibiliza gratuitamente o “Guia para cuidadores de pessoas com transtorno bipolar”. Saiba mais no Blog do Canal Minas Saúde:http://goo.gl/j4sra9
quinta-feira, 17 de abril de 2014
http://www.youtube.com/watch?v=prO85LDlvEA
Veja com tempo, calma e concentração.
Preste atenção nas imagens.
Não desperdice a oportunidade de ver algo belíssimo.
sábado, 12 de abril de 2014
sexta-feira, 11 de abril de 2014
DOMINGO DE RAMOS, 12042014
http://www.koinonialivros.com.br/massarote/domingo_ramos/domingo_ramos.html
quinta-feira, 10 de abril de 2014
COLUNA RELIGIOSA: PAPA FRANCISCO FAZ UM APELO
PAPA FRANCISCO FAZ UM PEDIDO
O SANTO PADRE PEDIU ORAÇÕES PARA QUE DEUS O PROTEJA E LHE DÊ FORÇASPARA CUMPRIR SUA DIFÍCIL TAREFA...
_Nossa meta é chegar a dez milhões de Ave-Maria pelo Papa Francisco. __Esta campanha começou hoje. Envie essa mensagem para todos os amigos católicos __Rezemos pelo Santo Padre, para que a Mãe do Céu interceda por ele e o proteja em seu ministério. _
QUE ASSIM SEJA!!!!!!
quarta-feira, 9 de abril de 2014
domingo, 6 de abril de 2014
quinta-feira, 3 de abril de 2014
COLUNA RELIGIOSA: DECRETO QUE PROCLAMA SANTO O JESUITA ESPANHOLJOSÉ DE ANCHIETA
Papa Francisco assina decreto que
torna santo o padre José de Anchieta
Padre Anchieta torna-se o terceiro santo com laços estreitos com o Brasil.
Vaticano canonizou jesuíta mesmo sem ele ter milagres comprovados.
Padre Anchieta torna-se o terceiro santo com laços estreitos com o Brasil.
O Papa Francisco assinou nesta quinta-feira (3) um decreto que proclama santo o jesuíta espanhol José de Anchieta, conhecido como Padre Anchieta, mais de 400 anos após a abertura de seu processo de canonização.
Segundo o Vaticano, esse é o primeiro santo de 2014 e o segundo jesuíta a ser canonizado por Francisco. Antes dele, em dezembro de 2013, foi a vez do francês Pedro Fabro.
Segundo o Vaticano, esse é o primeiro santo de 2014 e o segundo jesuíta a ser canonizado por Francisco. Antes dele, em dezembro de 2013, foi a vez do francês Pedro Fabro.
saiba mais
- Padre Anchieta foi fundador de São Paulo
- Procura pelos 'Passos de Anchieta' vai crescer 30%, prevê organização
- Papa viu que canonizar Anchieta era 'mais do que justo', diz Damasceno
- Cidade do ES onde Anchieta morreu se prepara para celebrar novo santo
- Devotos de José de Anchieta contam histórias de milagres no ES
Padre Anchieta (Foto: Reprodução/TV Gazeta)
A assinatura, esperada inicialmente para acontecer na quarta-feira (2), ocorreu durante uma reunião entre o pontífice e o cardeal Angelo Amato, prefeito da Congregação das Causas dos Santos, responsável por todos os processos de beatificação e canonização existentes na Santa Sé.
Durante o encontro, Francisco também tornou santo outros dois religiosos canadenses: D. Francisco de Laval (1623-1708), que foi bispo de Québec, e a Irmã Maria da Encarnação (1599-1672), fundadora de um mosteiro da ordem das freiras Ursulinas na mesma cidade.
O papa Francisco também reconheceu as "virtudes heróicas" - primeiro passo no processo de beatificação e canonização - da freira brasileira Maria Teresa de Jesus Eucarístico (1901-1972), fundadora da congregação das Pequenas Missionárias de Maria Imaculada.
Apóstolo do Brasil
São José de Anchieta, que viveu no século 16, atuou no Brasil na maior parte de sua vida. Foi um dos fundadores da cidade de São Paulo, em 1554, e visitou diversas localidades.
Durante o encontro, Francisco também tornou santo outros dois religiosos canadenses: D. Francisco de Laval (1623-1708), que foi bispo de Québec, e a Irmã Maria da Encarnação (1599-1672), fundadora de um mosteiro da ordem das freiras Ursulinas na mesma cidade.
O papa Francisco também reconheceu as "virtudes heróicas" - primeiro passo no processo de beatificação e canonização - da freira brasileira Maria Teresa de Jesus Eucarístico (1901-1972), fundadora da congregação das Pequenas Missionárias de Maria Imaculada.
Apóstolo do Brasil
São José de Anchieta, que viveu no século 16, atuou no Brasil na maior parte de sua vida. Foi um dos fundadores da cidade de São Paulo, em 1554, e visitou diversas localidades.
Ele é o terceiro santo a ter laços estreitos com o país. A primeira foi Madre Paulina, santa desde 2002. Em seguida, veio Frei Galvão, brasileiro nascido em Guaratinguetá (SP), proclamado Santo Antônio de Sant'Ana Galvão em 2007 por Bento XVI, em visita ao Brasil.
Entretanto, diferentemente de Madre Paulina e Frei Galvão, José de Anchieta não teve seus dois supostos milagres reconhecidos pelo Vaticano. Relatos de mais de 400 anos apontam que esses feitos aconteceram, mas o longo tempo passado desde então impossibilita sua comprovação, segundo historiadores.
A canonização de Anchieta, portanto, se dará por seu trabalho missionário feito no Brasil, principalmente pela catequização de índios no período da colonização, além da fundação de missões jesuítas em várias províncias brasileiras.
Sinal de esperança
De acordo com o cardeal arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer, a criação de um novo santo, ainda mais quando tem relação com o Brasil, é motivo de festa.
"[Ele] Representa um membro da igreja que teve uma vida santa, fé profunda, amor ao próximo e que viveu integramente, ou seja, não fez mal ao próximo. É uma pessoa que representa um sinal de esperança para os outros", disse o religioso.
Ainda de acordo com o cardeal, a canonização de Anchieta era aguardada desde a sua morte, em 1597. "Chegou o momento agora com o Papa Francisco, e nós nos alegramos muito e agradecemos a Deus", afirmou Dom Odilo Scherer.
Entretanto, diferentemente de Madre Paulina e Frei Galvão, José de Anchieta não teve seus dois supostos milagres reconhecidos pelo Vaticano. Relatos de mais de 400 anos apontam que esses feitos aconteceram, mas o longo tempo passado desde então impossibilita sua comprovação, segundo historiadores.
A canonização de Anchieta, portanto, se dará por seu trabalho missionário feito no Brasil, principalmente pela catequização de índios no período da colonização, além da fundação de missões jesuítas em várias províncias brasileiras.
Sinal de esperança
De acordo com o cardeal arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer, a criação de um novo santo, ainda mais quando tem relação com o Brasil, é motivo de festa.
"[Ele] Representa um membro da igreja que teve uma vida santa, fé profunda, amor ao próximo e que viveu integramente, ou seja, não fez mal ao próximo. É uma pessoa que representa um sinal de esperança para os outros", disse o religioso.
Ainda de acordo com o cardeal, a canonização de Anchieta era aguardada desde a sua morte, em 1597. "Chegou o momento agora com o Papa Francisco, e nós nos alegramos muito e agradecemos a Deus", afirmou Dom Odilo Scherer.
No oratório de Anchieta em São Paulo há quadro,
manto e pedaço de fêmur do santo (Foto:
Reprodução/TV Globo)
Pateo do Colégio hoje em dia: local de nascimento
de São Paulo (Foto: Paulo Toledo Piza/G1)
Histórico
Nascido nas Ilhas Canárias, arquipélago que pertence à Espanha, Anchieta ingressou aos 17 anos na Companhia de Jesus, congregação religiosa fundada no século 16 e responsável pelo processo de evangelização na América Latina.
Os integrantes da instituição, que existe até hoje, são chamados de jesuítas – o Papa Francisco é o primeiro deles a ser eleito como líder da Igreja Católica, em março de 2013.
Segundo Carla Galdeano, coordenadora do Museu Anchieta, no Pateo do Collegio, em São Paulo, José de Anchieta chegou ao Brasil com 19 anos, ansioso para trabalhar com indígenas. Em 1554, participou da fundação de São Paulo.
Aprendeu a língua nativa (o tupi) e, com a ajuda de curumins (crianças índias) que exerciam o papel de tradutores, escreveu o livro "Arte de grammatica da lingoa mais usada na costa do Brasil", que ajudava outros religiosos a entender a língua indígena durante o processo de catequização do Brasil-Colônia (o texto pode ser lido aqui).
Segundo Carla Galdeano, coordenadora do Museu Anchieta, no Pateo do Collegio, em São Paulo, José de Anchieta chegou ao Brasil com 19 anos, ansioso para trabalhar com indígenas. Em 1554, participou da fundação de São Paulo.
Aprendeu a língua nativa (o tupi) e, com a ajuda de curumins (crianças índias) que exerciam o papel de tradutores, escreveu o livro "Arte de grammatica da lingoa mais usada na costa do Brasil", que ajudava outros religiosos a entender a língua indígena durante o processo de catequização do Brasil-Colônia (o texto pode ser lido aqui).
Ao longo da vida, Anchieta ficou conhecido por sua característica de conciliador. Exerceu papel fundamental durante o conflito entre índios tamoios (ou tupinambás) e tupiniquins, chamado de Confederação dos Tamoios, que, segundo Carla, ocorreu entre 1563 e 1564.
Na época, os tamoios, apoiados pelos franceses, se rebelaram contra os tupiniquins, que recebiam suporte dos portugueses. Para apaziguar os ânimos, Anchieta se ofereceu para ficar de refém dos tamoios na aldeia de Iperoig (onde atualmente fica Ubatuba, no litoral norte de SP), enquanto outro jesuíta, o padre Manoel da Nóbrega, seguiu para o litoral paulista para negociar a paz.
Enquanto esteve "preso", a devoção de Anchieta à Virgem Maria o fez escrever na areia da praia a obra "Poema à Virgem", com quase 5 mil versos. A imagem desse momento foi retratada séculos depois pelo artista Benedito Calixto, no quadro que leva o mesmo nome da obra literária e está exposto atualmente no Museu Anchieta.
Anos depois, o padre foi nomeado "Províncial do Brasil" da Companhia de Jesus, responsável por todas as missões jesuítas do país. Assim, visitou várias regiões até morrer, aos 63 anos.
Processo longo de canonização
O jesuíta foi beatificado por João Paulo IIem 1980, na primeira etapa antes de se tornar santo. O pedido para que isso ocorresse, no entanto, foi feito ainda no século 16. Mudanças no Código Canônico e conflitos que acabaram com a expulsão dos jesuítas do Brasil, em 1759, atrasaram o processo.
Segundo o padre Valeriano dos Santos Costa, diretor da Faculdade de Teologia da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo, a proclamação do jesuíta espanhol como santo ocorreu por suas ações que, segundo ele, "comprovaram que sua vida foi cheia de milagres".
"[Com essa atitude] Acredito que a Igreja Católica deve rever o método de canonização. Isso pode abrir outras possibilidades para criar mais santos."
Quadro pintado pelo artista Benedito Calixto retrata o jesuíta José de Anchieta escrevendo o 'Poema à Virgem', enquanto era refém de indígenas no litoral brasileiro (Foto: Divulgação/Museu de Anchieta)
COLUNA RELIGIOSA :SÔBRE O PADRE JOSÉ DE ANCHIETA
Padre José de Anchieta realizou grandes feitos na área artística
Naturalmente, o título que antecede o nome de José de Anchieta tende a ofuscar suas demais atividades. O padre espanhol, um dos responsáveis pela solidificação do cristianismo no Brasil, foi canonizado nesta quarta-feira (2) por meio de um decreto do Papa Francisco, em Roma, na Itália. A decisão do Vaticano ocorre devido às contribuições do beato para a Igreja Católica – entre elas, a divulgação da fé cristã no Espírito Santo e a posterior fundação da cidade de Anchieta, na Região Sul.
Mas o padre também foi um grande mestre das artes, segundo especialistas. “A abrangente obra de José de Anchieta é o sonho de um artista completo, pois envolve poemas, cartas, dramaturgia, crônica, memorialismo, gramática, entre outras formas”, diz Oscar Gama Filho, autor de “História do Teatro Capixaba: 395 anos”, livro em que discorre, também, sobre a influência do beato na arte produzida no Espírito Santo.
O artista Anchieta se destaca sobretudo pelas poesias e peças teatrais. A ele é atribuída a criação do primeiro poema épico do continente americano, intitulado “De gestis Mendi de Saa” (“Os feitos de Mem de Sá”), de 1563, nove anos antes da publicação de “Os Lusíadas”, do português Luís de Camões.
Mais famoso é, no entanto, o poema “De Beata Virgine dei Matre Maria” (“Poema da Bem-Aventurada Virgem Mãe de Deus Maria”), conhecido como “Poema da Virgem”. A história é de cinema: ao lado do sacerdote português Manuel da Nóbrega, José de Anchieta foi à Iperoig, litoral sul de São Paulo, hoje conhecida como Ubatuba. Lá, tentou negociar com os índios Tamoios, a fim de acabar com a guerra entre indígenas e portugueses. Para ajudar na intermediação, ofereceu-se como refém da tribo, enquanto Manuel da Nóbrega tentava desatar os nós em São Vicente.
Durante os meses no cativeiro, o padre só tinha uma superfície para fazer literatura: a areia. “Nesse período, ele escreveu o famoso ‘Poema da Virgem’. Fez todos os versos na areia mesmo”, explica Luciano Ramos, autor de “José de Anchieta: Poeta e Apóstolo”, livro que conta a trajetória de Anchieta, misturando fatos e ficção. “Como era verso rimado e metrificado, ele conseguiu memorizar tudo. Quando voltou para a ‘civilização’, passou tudo para o papel.”
No teatro, os especialistas destacam o conteúdo educativo e catequético de Anchieta. O objetivo das peças seria de transmitir os valores cristãos para indígenas e colonizadores. “Ele recorria ao teatro como um meio de educação coletiva, basicamente passando princípios do evangelho, mas também valores mais amplos, como a aceitação das diferenças culturais, paz e amor ao próximo. A inspiração dele era a própria missa, que a princípio é uma encenação”, diz Ramos
O escritor lembra que as peças de José de Anchieta eram escritas em vários idiomas. A intenção era representar com verossimilhança seus personagens de diferentes nacionalidades, bem como promover a ideia de tolerância. “Ele dizia que o propósito era de misturar as línguas nas cabeças das pessoas, porque assim entenderiam melhor a convivência com diferentes culturas.”
Gama Filho conecta as doze peças de Anchieta – oito das quais encenadas no Espírito Santo – ao teatro de vanguarda. “Ele criou, por exemplo, o teatro-trash. De certo modo, suas montagens são também precursoras do teatro dialético, de Brecht, e da antropofagia modernista de 1922.”
Segundo o escritor, a primeira peça do padre foi “Na Festa do Natal”, que estreou provavelmente em 25 de dezembro de 1561, na vila de São Paulo de Piratininga. No Espírito Santo, “Na Aldeia de Guaraparim” foi sua montagem de estreia, em 8 de dezembro de 1585, na inauguração da igreja de Guarapari. Essas e as demais peças, de acordo com Gama Filho, procuravam “divulgar os princípios católicos e trazer mais ovelhas para o rebanho da Igreja”, o que se configuraria em uma tentativa de aculturação dos indígenas.
“A montagem era transformada em um grandioso show em que se empreendia a crítica dos costumes indígenas e a apologia da vitória dos valores cristãos”, afirma Gama Filho. “Lembremo-nos de que, em um país de analfabetos, as representações teatrais e as missas eram os similares da televisão, do cinema e da internet.”
Naturalmente, o título que antecede o nome de José de Anchieta tende a ofuscar suas demais atividades. O padre espanhol, um dos responsáveis pela solidificação do cristianismo no Brasil, foi canonizado nesta quarta-feira (2) por meio de um decreto do Papa Francisco, em Roma, na Itália. A decisão do Vaticano ocorre devido às contribuições do beato para a Igreja Católica – entre elas, a divulgação da fé cristã no Espírito Santo e a posterior fundação da cidade de Anchieta, na Região Sul.
Mas o padre também foi um grande mestre das artes, segundo especialistas. “A abrangente obra de José de Anchieta é o sonho de um artista completo, pois envolve poemas, cartas, dramaturgia, crônica, memorialismo, gramática, entre outras formas”, diz Oscar Gama Filho, autor de “História do Teatro Capixaba: 395 anos”, livro em que discorre, também, sobre a influência do beato na arte produzida no Espírito Santo.
O artista Anchieta se destaca sobretudo pelas poesias e peças teatrais. A ele é atribuída a criação do primeiro poema épico do continente americano, intitulado “De gestis Mendi de Saa” (“Os feitos de Mem de Sá”), de 1563, nove anos antes da publicação de “Os Lusíadas”, do português Luís de Camões.
Mais famoso é, no entanto, o poema “De Beata Virgine dei Matre Maria” (“Poema da Bem-Aventurada Virgem Mãe de Deus Maria”), conhecido como “Poema da Virgem”. A história é de cinema: ao lado do sacerdote português Manuel da Nóbrega, José de Anchieta foi à Iperoig, litoral sul de São Paulo, hoje conhecida como Ubatuba. Lá, tentou negociar com os índios Tamoios, a fim de acabar com a guerra entre indígenas e portugueses. Para ajudar na intermediação, ofereceu-se como refém da tribo, enquanto Manuel da Nóbrega tentava desatar os nós em São Vicente.
Durante os meses no cativeiro, o padre só tinha uma superfície para fazer literatura: a areia. “Nesse período, ele escreveu o famoso ‘Poema da Virgem’. Fez todos os versos na areia mesmo”, explica Luciano Ramos, autor de “José de Anchieta: Poeta e Apóstolo”, livro que conta a trajetória de Anchieta, misturando fatos e ficção. “Como era verso rimado e metrificado, ele conseguiu memorizar tudo. Quando voltou para a ‘civilização’, passou tudo para o papel.”
No teatro, os especialistas destacam o conteúdo educativo e catequético de Anchieta. O objetivo das peças seria de transmitir os valores cristãos para indígenas e colonizadores. “Ele recorria ao teatro como um meio de educação coletiva, basicamente passando princípios do evangelho, mas também valores mais amplos, como a aceitação das diferenças culturais, paz e amor ao próximo. A inspiração dele era a própria missa, que a princípio é uma encenação”, diz Ramos
O escritor lembra que as peças de José de Anchieta eram escritas em vários idiomas. A intenção era representar com verossimilhança seus personagens de diferentes nacionalidades, bem como promover a ideia de tolerância. “Ele dizia que o propósito era de misturar as línguas nas cabeças das pessoas, porque assim entenderiam melhor a convivência com diferentes culturas.”
Gama Filho conecta as doze peças de Anchieta – oito das quais encenadas no Espírito Santo – ao teatro de vanguarda. “Ele criou, por exemplo, o teatro-trash. De certo modo, suas montagens são também precursoras do teatro dialético, de Brecht, e da antropofagia modernista de 1922.”
Segundo o escritor, a primeira peça do padre foi “Na Festa do Natal”, que estreou provavelmente em 25 de dezembro de 1561, na vila de São Paulo de Piratininga. No Espírito Santo, “Na Aldeia de Guaraparim” foi sua montagem de estreia, em 8 de dezembro de 1585, na inauguração da igreja de Guarapari. Essas e as demais peças, de acordo com Gama Filho, procuravam “divulgar os princípios católicos e trazer mais ovelhas para o rebanho da Igreja”, o que se configuraria em uma tentativa de aculturação dos indígenas.
“A montagem era transformada em um grandioso show em que se empreendia a crítica dos costumes indígenas e a apologia da vitória dos valores cristãos”, afirma Gama Filho. “Lembremo-nos de que, em um país de analfabetos, as representações teatrais e as missas eram os similares da televisão, do cinema e da internet.”
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