Estudo mostra que exercícios de canto
podem ajudar pessoas que roncam
No estudo, o grupo que fez os exercícios reduziu a frequência e a altura do ronco.
Em alguns casos, o problema desapareceu completamente.
Um coral deve ser o som do paraíso. Já o ronco é o barulho do inferno, como pode comprovar qualquer pessoa que divida o quarto com um roncador. Mas calma lá, tem remédio. Por mais esquisito que pareça.
O aquecimento dos músculos da garganta e das cordas vocais antes de cantar é algo semelhante ao que faz um atleta. Mas precisa mesmo ser tão engraçado?
"Definitivamente, precisa ser engraçado. Humor é importante. Libera a sua voz. Se você está nervoso, com a laringe tensa, não consegue cantar com energia, entusiasmo e prazer”, explica a diretora do coral, Alise Ojay.
Foi em casa, usando a experiência profissional, que a diretora do coral, Alise Ojay, criou a técnica para acabar com o ronco, que foi testada no marido.
Frank é brasileiro, se mudou para a Inglaterra quando tinha 11 anos de idade. Recentemente, ele começou a roncar.
É na cozinha, na hora de lavar os pratos, que ele faz os exercícios criados pela mulher.
No começo, ele se exercitava no carro, quando ia para o trabalho. Já imaginou o pessoal na rua vendo o Frank fazer os exercícios?
"A Alise falou que depois de dois meses fazendo, percebeu que meu ronco estava diminuindo e, depois de três meses, meu ronco parou completamente", conta Fank Ojay, escritor.
"É como ir à academia, sentar numa máquina. Eu quero exercitar este músculo e faço isso até ele cansar. Para fazer os sons, você move músculos”, explica Alise Ojay.
Para fazer a pesquisa, Alise usou um espelho. Durante um ano e meio, ela pesquisou, até chegar aos sons capazes de fazer essa aeróbica da garganta.
"Se fizer um som baixo e depois um alto, você pode ver no espelho que se forma um arco na garganta”, mostra Alise Ojay, diretora do coral.
Para facilitar a malhação, ela misturou os exercícios com música e gravou um CD para que as pessoas possam treinar em casa. Ela convidou o repórter para experimentar.
Ele conta que no começo ficou meio travado, como no primeiro dia numa academia. Mas depois se solta, pega o jeito.
“Olha, depois de dois minutos ‘malhando’, a gente sente o efeito, exatamente como se fosse uma malhação na academia. Os músculos parecem estar mais firmes. É um exercício, a gente sente a diferença”, diz Roberto Kovalick.
Nem sempre o ronco é um transtorno, uma perturbação para o companheiro ou companheira de quarto. Às vezes, é um caso grave. As pessoas procuram hospitais, em busca de uma solução. Uma das opções é uma cirurgia que, os médicos reconhecem, funciona em 50% dos casos. Por isso, quando a professora de canto apareceu com essa ideia original, eles disseram: ‘por que não tentar?’
O doutor Marcolm Hilton, pesquisador e cirurgião, especializado em cirurgia de garganta, nariz e ouvido, gravou uma imagem, que mostra como o exercício faz os músculos se movimentarem.
Ele explica que o ronco é causado por vários fatores, como excesso de gordura ou o envelhecimento, que torna os tecidos mais flácidos.
O médico reuniu 120 pacientes que roncam. Metade fez o tratamento, que dura três meses, a outra metade, não fez nada.
Segundo ele, muitos não seguiram o tratamento à risca porque, como numa academia, nem todo mundo tem paciência para ficar repetindo um movimento.
Mesmo assim, o grupo que fez os exercícios reduziu a frequência e a altura do ronco em comparação com os que não fizeram nada. Em alguns casos, o problema desapareceu completamente.
O médico diz que é preciso tomar outros cuidados, como reduzir a gordura corporal e evitar excesso de álcool, mas não tem dúvidas de que a técnica funciona.
Malhar a garganta ajuda a dormir e a cantar como um anjo.
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