domingo, 28 de junho de 2015

DIA DO PAPA - HOJE PAPA FRANCISCO

01/01 - DIA DO PAPA

Dia do papa: papa Francisco
No dia 29 de junho, a Igreja celebra a festa de São Pedro, o apóstolo que Jesus escolheu para ser o chefe dos apóstolos, como se lê não só no Evangelho de São Mateus (16, 18), mas também em São João (21, 16-18).

Através da imagem das chaves Cristo prometeu-lhe a chefia da Igreja e entregou-lhe o rebanho todo. Por ser a festa de São Pedro, é o dia do papa, que é seu sucessor.

O poder do Papa na Igreja não é de um soberano absoluto, cujo querer é lei. Mas sua missão é por-se a serviço da Palavra de Deus e fazer que esta palavra de Deus esteja no coração de todos. É pois Ele que ilumina os passos da humanidade e aponta os caminhos da nova evangelização, em nome de Jesus Cristo.

Por ser criatura humana, carrega em si, não obstante a grandeza de seu cargo e de sua missão, as qualidades e limitações da natureza humana. Daí as diferenças pessoais dos Papas. Os que tem fé, sabem ver nos Papas, que a história retrata, tanto a autoridade suprema em nome de Jesus, como as diferenças pessoais de cultura, de psicologia, de origem e de formação.

Papa emérito Bento XVI

O papa emérito Bento XVI, desde 28 de fevereiro de 2013, anunciou em 11 de fevereiro que havia decidido renunciar.

Ele foi o primeiro pontífice a renunciar em mais de seis séculos, o que criou situações praticamente inéditas para a Igreja Católica Apostólica Romana.
É doutor em teologia. Sua tese de doutorado foi sobre a teologia de Santo Agostinho.

Além do preparo intelectual no campo da teologia, Bento XVI é “expert” na arte musical. Pianista, levou para seus aposentos o piano, que possuia quando cardeal. Isto se deve ao ambiente musical de seu lar e da sua família. Hoje, nas poucas horas vagas do seu dia, consegue deslisar os dedos ágeis na sonora brancura do teclado. E sua preferência é por Mozart. Ele mesmo recorda que, “na sua paróquia de origem, quando nos dias de festa, tocavam uma Missa de Mozart, para mim era como se estivessem abertos os céus”.

Homem muito discreto, vive no silêncio, de modo que pouco ou quase nada se sabe de sua vida pessoal. Apenas, por indiscrição de um cardeal, com quem almoçava às vezes, antes de ser papa, sabe-se que aprecia doce e chocolate. Sem dúvida um bom gosto...

Papa Francisco

O argentino Jorge Mario Bergoglio, de 77 anos, agora Papa Francisco, nasceu em Buenos Aires em 17 de dezembro de 1936. Arcebispo de Buenos Aires, ele é um homem tímido e de poucas palavras, mas com grande prestígio entre seus seguidores, que apreciam sua total disponibilidade e seu estilo de vida sem ostentação. É reconhecido por seus dotes intelectuais e considerado dialogante e moderado.

Antes de seguir carreira religiosa, Bergoglio formou-se técnico químico. Escolheu depois o sacerdócio, quase uma década após ter retirado parte de um pulmão por conta de uma doença respiratória e de deixar seus estudos de química, ingressando em um seminário no bairro de Villa Devoto. Em março de 1958, entrou no noviciado da Companhia de Jesus, congregação religiosa dos jesuítas, fundada no século XVI.

Em 1963, Bergoglio estudou humanidades no Chile, retornando à Argentina no ano seguinte. Entre 1964 e 1965, foi professor de literatura e psicologia no Colégio Imaculada Conceição de Santa Fé. Em 1966, ensinou as mesmas matérias em um colégio de Buenos Aires.

Entre 1967 e 1970, Bergoglio estudou teologia, tendo sido ordenado sacerdote no dia 13 de dezembro de 1969.

Em menos de quatro anos chegou a liderar a congregação jesuíta local, um cargo que exerceu de 1973 a 1979.

Foi reitor da Faculdade de Filosofia e Teologia de San Miguel, entre 1980 e 1986, e, depois de completar sua tese de doutorado na Alemanha, serviu como confessor e diretor espiritual em Córdoba.

Em 1992, Bergoglio foi nomeado bispo titular de Auca e auxiliar de Buenos Aires. Em 1997, tornou-se arcebispo titular de Buenos Aires. Atuou como presidente da Conferência Episcopal da Argentina, de 2005 até 2011.

Foi nomeado cardeal pelo então Papa João Paulo II, em 2001.

Também em 2001, João Paulo II o nomeou primaz da Argentina. Ele ocupou então a presidência da Conferência Episcopal durante dois períodos, até que deixou o posto porque os estatutos o impediam de continuar.

Bergoglio foi, na Santa Sé, membro da Congregação para o Culto Divino e a disciplina dos Sacramentos; da Congregação para o Clero; da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e das Sociedades de Vida Apostólica; do Pontifício Conselho para a Família e a Pontifícia Comissão para a América Latina.

Filho de uma família de classe média com cinco filhos, de pai ferroviário e mãe dona de casa, o novo Papa é pouco inclinado a aceitar convites particulares e tem um "pensamento tático", de acordo com especialistas.

Polêmica na ditadura

A ascensão religiosa de Jorge Mario Bergoglio coincidiu com um dos períodos mais obscuros da Argentina: a ditadura militar que governou o país entre 1976 e 1982. Ele foi acusado de retirar proteção de sua ordem a dois jesuítas que foram sequestrados clandestinamente pelo governo militar por fazerem trabalho social em bairros de extrema pobreza. Ambos os padres sobreviveram a uma prisão de cinco meses.

O caso é relatado no livro "Silêncio", do jornalista Horacio Verbitsky, também presidente da entidade privada defensora dos direitos humanos CELS. A publicação leva em conta muitas manifestações de Orlando Yorio, um dos jesuítas sequestrados, antes de morrer por causas naturais em 2000.

"A história o condena: o mostra como alguém contrário a todas as experiências inovadoras da Igreja e, sobretudo, na época da ditadura, o mostra muito próximo do poder militar", disse há algum tempo o sociólogo Fortunato Mallimacci, ex-decano da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade de Buenos Aires.

Os defensores de Bergoglio dizem que não há provas contra ele e que, pelo contrário, o novo Papa ajudou muitos a escapar das Forças Armadas durante os anos de chumbo no seu país.

Preocupação social

Políticos argentinos foram repetidamente alvo da retórica afiada do sacerdote, acusados por ele de não combater a pobreza e preocuparem-se apenas em seguir no poder.

Conhecido por sua simplicidade, Bergoglio vivia sozinho, em um apartamento, no segundo andar do edifício da Cúria, ao lado da Catedral de Buenos Aires, no coração da cidade. A imprensa local lembra hoje que, da janela de seu apartamento, foi testemunha da violência na Praça de Maio durante a crise de dezembro de 2001.

Indignado, ligou para o ministro do Interior para lhe pedir que desse instruções para que os agentes diferenciassem entre ativistas e correntistas que reivindicavam seus direitos.

Em 2004, após a tragédia da boate Cromagnon, percorreu os hospitais da cidade para ajudar as famílias das vítimas .

Pouco amigo de aparições na imprensa, Bergoglio tentou manter um baixo perfil público, costuma usar transporte público e inclusive se confessa na Catedral. Ele foi dos poucos cardeais que, quando chegou a Roma para a eleição do novo papa, não usou veículos oficiais.

O novo papa é um amante dos autores clássicos, gosta de tango e não esconde sua paixão pelo futebol, especialmente pelo San Lorenzo de Almagro – tem uma camisa assinada pelo elenco

'Destruição do plano de Deus'

Em 2010, ele também enfrentou a presidente Cristina Kirchner quando o governo apoiou uma lei para permitir o casamento entre pessoas do mesmo sexo. "Não vamos ser ingênuos: não se trata de uma simples luta política; é uma tentativa de destruição do plano de Deus", disse Bergoglio em carta, dias antes de o projeto ser aprovado pelo Congresso.

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O conclave elegeu na quarta-feira (13/03/2013) o cardeal Jorge Mario Bergoglio como novo Papa, sucessor de Bento XVI à frente da Igreja Católica Apostólica Romana. O nome do escolhido pelos 115 cardeais foi anunciado pelo mais velho dos cardeais-diáconos, o francês Jean-Louis Tauran. Bergoglio escolheu se chamar papa Francisco.

A fumaça branca apareceu por volta das 19h08 locais (15h08 de Brasília), e foi recebida com festa pela multidão que tomava a Praça de São Pedro. Os sinos da Basílica de São Pedro tocaram.

Em sua primeira bênção, para uma Praça de São Pedro lotada de fiéis apesar da chuva, o argentino afirmou que "parece que seus colegas cardeais foram buscar o papa no fim do mundo", em uma referência à Argentina, sua terra natal.

Em tom sério, ele pediu aos cerca de 1,2 bilhão de católicos do mundo para "empreender um caminho de fraternidade, de amor" e de "evangelização".

Ele também agradeceu ao seu predecessor, o agora papa emérito Bento XVI, em um gesto sem precedentes na Igreja moderna: um papa agradecendo a um sucessor vivo.

"Rezem por mim, e nos veremos em breve", afirmou, acrescentando que, nesta quinta-feira, pretende rezar para Nossa Senhora. "Boa noite a todos e bom descanso", finalizou, na varanda da Basílica de São Pedro, sob aplausos da multidão.

Primeiro ano do pontificado de Francisco

Papa Francisco: o nome como programa para o Pontificado. A escolha de Bergoglio retumbou como uma surpresa, confirmada nos gestos. Uma Igreja mais simples, próxima, peregrina e despojada. A utopia de uma Igreja pobre e dos pobres. Após os pontificados de João Paulo II e Bento XVI, há o prenúncio uma nova "primavera" na Igreja. A sequência do pontificado de Francisco ratificará essa esperança? Estará a Igreja preparada para essa primavera ou continuará a viver no "inverno" eclesial, como aconteceu no tempo de Francisco de Assis? São questões que vão emergindo. A presente análise é uma primeira aproximação.

O papa Francisco, segundo Sérgio Coutinho, presidente do Centro de Estudos em História da Igreja na América Latina (CEHILA-Brasil), “fala de outro tipo de ‘verdade’: a busca pelo bem comum. O egoísmo, o individualismo que não vê o outro, sem solidariedade, sem fraternidade, sem a busca do bem de todos, da dignidade humana, é uma ‘ditadura’ que ‘relativiza’ a ‘natureza comum a todos os seres humanos nesta terra’. Sua crítica estaria na linha de rejeitar o princípio básico do liberalismo político, qual seja, a autonomia privada como o grande bem a ser preservado, na medida em que os indivíduos são capazes de formular suas próprias concepções de vida digna independentemente do Estado. Desta forma, para o liberalismo político, caberia ao aparato burocrático do Estado garantir a realização dos interesses individuais dos cidadãos. Por isso, Francisco critica aquela prática de ‘reivindicar sempre e só os direitos próprios, sem se importar ao mesmo tempo com o bem dos outros’, comportamento típico dos cidadãos nos países mais ricos”. E conclui: “A meu ver, a expressão tem um teor de doutrina social e política, que também busca a ‘verdade’, mas pela prática da justiça e da paz”.

“O sonho de uma Igreja pobre e para os pobres o reconecta [Papa Francisco] ao sonho de uma ‘Igreja de todos e especialmente Igreja dos pobres’, que o papa João XXIII proclamou na sua mensagem de rádio um mês antes do Concílio.

Antonio Cechin, irmão marista e militante social, identifica no jeito simples e pobre de viver de Bergoglio-Francisco, traços do Pacto das Catacumbas, assumido por um grupo de bispos ao final do Concílio Vaticano II. Os signatários do pacto se comprometiam a viver em pobreza, a renunciar a todos os símbolos ou privilégios do poder e a pôr os pobres no centro do seu ministério pastoral. Isso pode ser confirmado pelos diversos gestos de Francisco, já como pontífice (construtor de pontes, como gosta de ressaltar).

O papa Francisco surpreendeu positivamente por sua maneira simples de celebrar. Deixou para trás a pompa e costumes antigos. Uma perfeição em termos de ortodoxia litúrgica. Chega Francisco e tudo muda, desde o primeiro instante, desde o primeiro gesto na sacada, quando vem vestido de branco e não de vermelho, a cor do sumo pontífice. Apresenta-se liturgicamente mais livre, espontâneo, sem se prender excessivamente às rubricas. As celebrações ganham em emotividade e leveza. Aproximam-se das intenções expressas na Constituição conciliar Sacrossanctum Concilium.

“A própria forma da celebração do início do Papa Francisco mostrou, na solenidade de um rito de menos de duas horas, a ‘nobre simplicidade’ de que fala o documento do Vaticano II sobre a reforma da liturgia”. Simplicidade que deu muitas razões de otimismo para muitos católicos que procuram uma Igreja mais humilde. Enfim, uma guinada de 180 graus. E os grandes perdedores parecem ser os movimentos eclesiais mais conservadores, entre os quais já se acendeu, por conta desses gestos e “liberdades” em relação à liturgia, o sinal vermelho. A missa do Lava-pés, na quinta-feira santa, foi o estopim. O motivo: o papa Francisco lavou os pés de duas mulheres. “Escândalo” maior, porque uma delas era muçulmana!

Não há dúvida de que o papa Francisco, com seu jeito simples e até meio envergonhado, tenha conquistado a simpatia de – quase – todos e se tornado popular. Suscitou enormes esperanças e expectativas de mudança na Igreja. Dará ele conta desses desejos? Enfrentará com coragem e determinação as grandes questões internas e externas que requerem uma resposta e uma atitude diferentes? Será esquivo? Como irá se comportar diante das resistências e objeções às suas decisões ou falta de decisões?

Publicações do papa

- Lumen Fidei - A luz da fé, assim se intitula a primeira encíclica do papa Francisco (05-07-2013). Dirigida aos bispos, sacerdotes, diáconos, religiosos e religiosas e a todos os fiéis leigos. Esta Encíclica – explica o papa Francisco - já estava "quase completada" por Bento XVI. Àquela "primeira versão" o atual Pontífice acrescentou "ulteriores contribuições". A finalidade do documento é recuperar o carácter de luz que é específico da fé, capaz de iluminar toda a existência humana
Site: http://www.vatican.va/holy_father/francesco/encyclicals/documents/papa-francesco_20130629_enciclica-lumen-fidei_po.pdf

- A exortação apostólica Evangelii gaudium, Alegria do Evangelho (24/11/2013), primeira exortação do papa Francisco fala sobre o anúncio do evangelho no mundo atual. No texto, o papa propõe “algumas diretrizes que possam encorajar e orientar, em toda a Igreja, uma nova etapa evangelizadora, cheia de ardor e dinamismo”. Ler em: http://www.agencia.ecclesia.pt/

Fonte: IHU

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